quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ana Julia

Tudo pronto, o combustível, óleo, tudo regulado,_xau pessoal, to indo. Ninguém pode me segurar...
_ Ana Julia! Gritou sua mãe, sabendo que devia a alertar do perigo que corria nas ruas da metrópole, que estão cada vez mais perigosas, cheias de sinais, placas e semáforos para serem observados e respeitados E assim se conformava sua mãe uma bela Suzuki de 1989, com cuidados para com sua pequena esculter, que dava de ombros a suas recomendações.
Todos conheciam a pequena esculter chamada Ana Julia, que ganhou esse nome em homenagem a música de um roqueiro que no ano que ela nasceu estourava nas paradas. Vocês devem se lembrar “Ou Ana Julia”, in Los Hermanos.
O que mais Ana Julia gostava, era da adrenalina que sentia quando ao dar partida sentia a gasosa passando livre por entre suas ferragens , e o vento tocando sua cara , era nesses momentos que ela esquecia que só tinha 60 cilindradas e sonhava em ser uma de um mil e duzentas cilindradas , passava tirando o pó das ruas ,enfurecendo a garotada que brincavam descalços na rua de futebol tirando um monte de palavras grandes deles, ou ainda , buzinava para ver a cara de susto do velho furgão , que afirmava todo orgulhoso ter ido para a guerra dos farroupilhas , e que seu dono sempre o arrumava em compensação por seus atos heróicos.
Quando passava tirava o sossego do velho e conhecido semáforo, que sempre a estava alertando para ter mais cuidados, respeitar o sinal, as faixas de pedestres e dizia desapontado que os tempos estavam diferentes, que ele naquela idade já tinha passado poucas e boas com motoqueiros e carros desajuizados, que sua artrite em seu mastro que nem óleo dava mais jeito foi ganha depois de um pega -pega que dois carros estavam tirando de madrugada e lembrava ele:_ Aqueles inconseqüentes, quase me fizeram virar ferro velho, e eu estava descansando só com meus pisca alerta acesso quando acordei com um estrondo infernal e minhas juntas nunca mais foram as mesmas.
Mas apenas com compromisso com sua liberdade. La ia à pequena esculter, ora correndo, ora sambando pelas largas ruas de sua cidade fazendo de conta que era uma motocicleta de rali.
Totalmente distraída com seus fones de ouvidos, se deixando embalar por um rappy legal, Ana Julia não percebeu que tinha entrado em uma viela cheia de buracos que a chuva da noite anterior tinha feito de propósito, em protesto a poluição que os automóveis e as indústrias estavam fazendo ao ecossistema, e de repente - PLOF! Caiu em um imenso buraco e ficou la até seu dono chegar e a rebocá-la para sua garagem , de onde prometeu que ela só ia sair quando aprendesse a obedecer e a respeitar as leis do trânsito .

domingo, 11 de janeiro de 2009

FÉRIAS

Com a chegada das férias, muitas creches fecharam e algumas ficaram abertas para receberem as crianças em que os pais trabalhavam e não tinham com quem deixar. Quando passava em frente às creches que não iam abrir estas sonolentas ao meio de um gordo bocejo me cumprimentava:
_Bom dia! , Tia Vandeka como à senhora esta?
_Bom dia, creche querida! Eu estou muito bem. E você como vai indo?
_Des-can-san-do . Soletrava sonolenta a minha amiguinha creche.
Ma nem todas as creches estavam de férias, a creche Nazarena se preparava com enorme agitação para a chegada das crianças. As cortinas alegres dançavam no embalo do som do vento que entrava por todas as salas deixando seu cheiro fresco e agradável.
As paredes eram bem coloridas, era ilustrada com personagens de contos de fadas, que ansiosos com a chegada da garotada, só esperava não ter ninguém na sala para arrumar o penteado e alisar suas lindas vestes amarrotadas pela tinta velha da parede. O piso verde refletia a alegria das pessoinhas que entravam, brincando de esconde-esconde com a sombra delas.
Dona porta, uma senhora já de meia idade, gorda, branca com uma voz muito aguda, com seus rangidos que muito a tempo ganhara devido um reumatismo em suas juntas, falava quase recitando ao tocarem em sua maçaneta: _Entre, por favor!
As janelas com seus olhos enormes, não deixavam nada passar despercebidos, todo segundo tiinha algum comentário das pessoas que andavam pelo pátio, para falar para a galera da sala, o que deixava ansiosas as Jovens recém chegada carteiras com as cadeirinhas, que ficavam só cochichando, e de vez em outra soltavam deliciosas gargalhadas. A lousa, já um pouco avançada em idade e meio ranzinza ficava o tempo todo resmungando com o senhor giz, que insistia em fazer cócegas nela toda vez que alguém o pegava para escrever.
Não podia ser maior a expectativa para o grande dia, onde os solenes senhores portões abririam e num passe de mágica haveria corre-corre, barulho, brincadeiras, sons de vozes soletrando o lendário alfabeto, um cheiro bom de comida no ar, que enchia a boca de água, uma creche escrevendo a histórias de muitas vidas cheia de vida,
.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

a faxina

Vandeka era uma tia pra la de moderna, apesar de já ter seus filhos grandes, ainda continuava estudando.Durante os dias trabalhava em uma creche e fazia todos os tipos de cursos, mal ficando em casa até nos fins de semana.
Num desses fins de semana que a gente quer fazer tudo que não fez durante a semana, Vandeka resolveu faxinar seu quintal. Como todo bom quintal da casa da tia que mora com a vovó, este era um imenso quintal, cheio de árvores, lá tinha pé de tudo, pé de laranja, pé de manga, pé de abacate, pé de jabuticaba, pé de figo, pé de pêssego, pé de acerola uma infinidade de pés que só acabavam por causa de um insolente muro que sempre carrancudo não deixava as árvores atravessar para outro quintal, moravam também neste quintal muitos animais de estimação, tinha galinhas, cachorros, gatos e toda sorte de bichos que vinham ali se refugiar.
Neste dia Vandeka aproveitando que sua mãe dona Verônca havia ajuntado uma boa quantidade de galhos e folhas secas que caiam das árvores, resolveu varrer o quintal com ajuda de sua boa vassoura Matilde que apesar de velha ainda dava conta do recado e ajuntar todo lixo ao monte que sua mãe, dona Verônca tinha feito aos pés de uma árvore sementeira que teimava sempre em brotar perto do muro.
Depois de tudo ajuntado, nem pensou estralou um palito de fósforo e logo se levantou daquele monte de entulhos uma gloriosa chama vermelha , quando não se sabe como, saiu correndo desesperada debaixo de todas aquelas ramas secas, amarelinha uma galinha de porte médio filha de dona Garnizé, que foi reclamar pra dona Verônca seu infortúnio. Dona Verônca veio apressada tentar salvar o ninho de Amarelinha, mas já era tarde a pouca madeira estralava soltando pequenas estrelinhas ao ar e soltando um coro ao lamento de dona Amarelinha com seu “creck, creck”.
_ Minha filha, disse dona Verônca, ai de baixo a Amarelinha tava botando.
De cabeça baixa diante do inevitável, Vandeka continuou varrendo o quintal, mais fazia a vassoura Matilde dançar que varrer tamanha era sua tristeza.
Neste instante apontou lá do terreno baldio, o galo Cacareco, é bom explicar que quando chegou ao quintal de tia Vandeka, Cacareco ganhou o nome de Rock por ter um porte esbelto, forte e glamoroso, mas quando começou a cantar, vocêis sabem né? Todo galo canta de um jeito especial e Rock quando estufava o peito e o batia nele com suas fortes asas só conseguia gritar:
_ cacarecooooooooo...
Dona Verônca dizia:
_ Olha que jeito esse galo canta, ele não tem nada de Rock mais é um cacareco e acabou por ficando seu nome de Cacareco.
E lá vinha o garboso Cacareco com seu andar que mais parecia uma marcha, adentrou o quintal com peito estufado crista imponente, ao ser notado pela galinha Amarelinha, esta veio correndo desesperada a contar toda sua tragédia para o galo, como em alguns segundo toda sua família foi destruída, percebendo a situação Vandeka protelava do outro lado, dizendo que não tinha culpa do acontecido que ela não sabia do ninho. A conversa era tanta que para ouvir o que a galinha Amarelinha falava hora Cacareco entortava a cabeça para o lado da Amarelinha para poder ouvir melhor, hora entortava a cabeça para Tia Vandeka para poder entender a situação. No meio de tantas falas o galo Cacareco como um bom juiz decidiu por fim a questão, já que não se podia fazer mais nada, chamou Amarelinha para ciscar junto com as outras galinhas no terreno baldio e para tentar acalmá-la, se retirando deixando no quintal tia Vandeka e a vovó Verônca.
_ Coitados, disse vovó Verônca, chacoalhando a cabeça e olhando o galo e a galinha tomar rumo para rua. É uma pena disse titia Vandeka, mas já que não se pode fazer nada, vou levar os ovos assados para os meninos tomarem café da manhã.
Acabando assim esse episódio triste para a galinha, mas feliz para os meninos que tomaram um bom café da manhã.

domingo, 28 de dezembro de 2008

embed src="http://www.lojadosom.com.br/musicas/serv2/1513251469.mid" width="70" height="25" autostart="true">

conto : ZÉ BARBICHA

Conto: ZÉ BARBICHA


Zé barbicha aceitou o convite de seu tio Tonhão para ir para capital passar uns tempos. Pôs em sua mala de viagem sua roupa preferida de ir domingo á missa, foi até o lago dizer inté aos seus companheiros de pescaria, deixou com dona Enerstina sua vaquinha mimosa que era uma belezura só e se foi assobiando pela estrada afora.
Quando chegou na cidade grande se espantou com tanta novidade,num era que era verdade mesmo o que o mascateiro que vendia prendas lá pelas bandas em que Zé morava falara a verdade.
A cidade grande tinha mais luzes que vaga-lume em noite de lua cheia, os automóveis faziam mais barulho que as rãs ao redor da lagoa em noite de lua quente de verão. E o povo, ai meu DEUS, que gentarada era pessoinha pra cá, pessoinha pra lá, cada um com uma esquisitice maior que a outra. E a comida, eita nó is, ele que estava com a barriga roncando mais que porcada com fome, foi a uma barraquinha e disse:
_ moço, ocê faz um bom pão com tudo que tem direito pra eu comer. Eita sô, num é que o mardito trouxe um tal de cachorro quente que tava mais para tartaruga matada a paulada, uma desgraceira só.
O pior de tudo foi quando pegou um carro para chegar na casa de seu tio , e o motorista quis engrazopar com ele.
_ A que altura o senhor quer que o deixe?
E ele que era muito esperto já atinando para a pergunta respondeu.
_ pode deixar no baixo mesmo moço, artura me dá tontura. Poe essa o cara não esperava.
Quando chegou á casa de sua tia e da sua tia foi só alegria, eita como é bom a parentela.
Melhor que a parentela lembrou ele , é voltar pro cantinho da gente