segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

a faxina

Vandeka era uma tia pra la de moderna, apesar de já ter seus filhos grandes, ainda continuava estudando.Durante os dias trabalhava em uma creche e fazia todos os tipos de cursos, mal ficando em casa até nos fins de semana.
Num desses fins de semana que a gente quer fazer tudo que não fez durante a semana, Vandeka resolveu faxinar seu quintal. Como todo bom quintal da casa da tia que mora com a vovó, este era um imenso quintal, cheio de árvores, lá tinha pé de tudo, pé de laranja, pé de manga, pé de abacate, pé de jabuticaba, pé de figo, pé de pêssego, pé de acerola uma infinidade de pés que só acabavam por causa de um insolente muro que sempre carrancudo não deixava as árvores atravessar para outro quintal, moravam também neste quintal muitos animais de estimação, tinha galinhas, cachorros, gatos e toda sorte de bichos que vinham ali se refugiar.
Neste dia Vandeka aproveitando que sua mãe dona Verônca havia ajuntado uma boa quantidade de galhos e folhas secas que caiam das árvores, resolveu varrer o quintal com ajuda de sua boa vassoura Matilde que apesar de velha ainda dava conta do recado e ajuntar todo lixo ao monte que sua mãe, dona Verônca tinha feito aos pés de uma árvore sementeira que teimava sempre em brotar perto do muro.
Depois de tudo ajuntado, nem pensou estralou um palito de fósforo e logo se levantou daquele monte de entulhos uma gloriosa chama vermelha , quando não se sabe como, saiu correndo desesperada debaixo de todas aquelas ramas secas, amarelinha uma galinha de porte médio filha de dona Garnizé, que foi reclamar pra dona Verônca seu infortúnio. Dona Verônca veio apressada tentar salvar o ninho de Amarelinha, mas já era tarde a pouca madeira estralava soltando pequenas estrelinhas ao ar e soltando um coro ao lamento de dona Amarelinha com seu “creck, creck”.
_ Minha filha, disse dona Verônca, ai de baixo a Amarelinha tava botando.
De cabeça baixa diante do inevitável, Vandeka continuou varrendo o quintal, mais fazia a vassoura Matilde dançar que varrer tamanha era sua tristeza.
Neste instante apontou lá do terreno baldio, o galo Cacareco, é bom explicar que quando chegou ao quintal de tia Vandeka, Cacareco ganhou o nome de Rock por ter um porte esbelto, forte e glamoroso, mas quando começou a cantar, vocêis sabem né? Todo galo canta de um jeito especial e Rock quando estufava o peito e o batia nele com suas fortes asas só conseguia gritar:
_ cacarecooooooooo...
Dona Verônca dizia:
_ Olha que jeito esse galo canta, ele não tem nada de Rock mais é um cacareco e acabou por ficando seu nome de Cacareco.
E lá vinha o garboso Cacareco com seu andar que mais parecia uma marcha, adentrou o quintal com peito estufado crista imponente, ao ser notado pela galinha Amarelinha, esta veio correndo desesperada a contar toda sua tragédia para o galo, como em alguns segundo toda sua família foi destruída, percebendo a situação Vandeka protelava do outro lado, dizendo que não tinha culpa do acontecido que ela não sabia do ninho. A conversa era tanta que para ouvir o que a galinha Amarelinha falava hora Cacareco entortava a cabeça para o lado da Amarelinha para poder ouvir melhor, hora entortava a cabeça para Tia Vandeka para poder entender a situação. No meio de tantas falas o galo Cacareco como um bom juiz decidiu por fim a questão, já que não se podia fazer mais nada, chamou Amarelinha para ciscar junto com as outras galinhas no terreno baldio e para tentar acalmá-la, se retirando deixando no quintal tia Vandeka e a vovó Verônca.
_ Coitados, disse vovó Verônca, chacoalhando a cabeça e olhando o galo e a galinha tomar rumo para rua. É uma pena disse titia Vandeka, mas já que não se pode fazer nada, vou levar os ovos assados para os meninos tomarem café da manhã.
Acabando assim esse episódio triste para a galinha, mas feliz para os meninos que tomaram um bom café da manhã.

Nenhum comentário:

Postar um comentário